E eu que vejo você partir
Sorrio com lábios sujos de roxo
Relembro fatos, atos, feitos
E sorrio, de novo

E eu que vejo a tempestade vindo em minha direção
Olho para cima, abro os braços, fecho os olhos e sorrio
É apenas uma garoa refrescante

E eu que fico sozinho só tenho a rezar
Que você encontre a essencia que procura
E se encontrar, não olhe pra trás.

E eu que fico só tenho a pensar
Que sou
Que não sou..
Que não sou nada..
Pé na estrada..
E com um Adeus breve ou não,
Vou seguindo a canção.

Sou apenas mais um músico da orquestra da vida,
Que afina, desafina, cada vez mais afinado
Que faz torta a dança dos arcos
Que dança para o lado errado.

Sou apenas mais um, tocando a mesma sinfonia
Para dançar a dança da vida,
Mas quando for dançar outra dança,
Sem xadrez à triste partida

Vou é sair por aí,
Com tons dissonantes e tempos quebrados
Para o mundo um sentido
Para sempre entrelaçados

Mas o que me faz viver todos os dias
Ao contrário dos músicos ao meu redor
Elevo minh'alma, dentre mil sinfonias
O grande sentido de um todo menor

Ando Meio..

Sou um canceriano
Sem lar,
Sem par,
Sem mar,
Sem dor

Um utopiano
Convencido
Convençado
Condensado
Cansado!

Um Marciano
Do avesso
Do começo
Do comoço
Como isso?

Um Estranho
Desmistificado
Desmitigado
Desligado
Desligado!

Um desligado
Desligado
Desligado
e Desligado!

Universos paralelos..

As coisas mudam, mudam
Vão mudando
Mudo!
Adeus ao conteúdo.
Adeus ao sentido,
Adeus ao amor,
pelo mundo esquecido

Mas mesmo assim sou poeta,
Sou sonhador, viajante
Vivendo com este mundo paralelo,
Tão perto e tão distante
Onde o sentido não existe

Mas sem rumo vou caminhando
Divagando, sonhando
Com alguém que ao meu mundo pertença
Sonho vivo cria asas
E sem aviso, faz juz a crença
Que ainda há amor,
QUe ainda há pessoas do meu mundo

Pois então que a ave voe
E pinte o mundo deles de colorido
E do alto dos céus entoe
Uma sinfonia em dó sustenido

Água é..

Já dizia o poeta: Água é Água!
Vida é Vida!

A água amolece tudo:
O macarrão,
O coração,
A vida,
A pedra,
O coração de pedra;

Tanto bate até que..
Amolece.

Sem Rumo..

Quem sabe eu continue Curitibano, plano sem pano
Quem sabe eu vire Mineiro, Paulista, Baiano..
Ou quem sabe, por engano, eu entre pelo cano!
Por engano!
Quem sabe???

Quem sabe eu vá pra Alemanha,
Ou quem sabe Passárgada, Espanha..
Mestre, doutor, sonhador!
Talvez então para Índia,
Músico, maluco, trovador!

Quem sabe eu vá pra lugar nenhum,
Ou além, aquém..
Quem sabe sozinho..
Quem sabe com alguém..
Quem sabe eu siga o caminho..
De alguém que nada tem..
A perder!
Quem sabe??

Quem sabe eu reine meu reino..
Quem sabe eu reme o reno com remo!
Sem remo,
Sem rumo,
Sem nada,
Só com um coração..

Sagração ao verdadeiro amor..

Noites, tardes, manhãs, madrugadas..
Vinhos, queijos, cafés, rizadas..
Histórias desse mundo, do universo, do outro lado do mundo.
Do mundo!

Futuros convergentes, divergentes, brilhantes..
Planos belos, sagrados, difíceis, sonhadores..
Amores pulsantes, fortes, marcantes, sonhadores..
Personalidade brilhante, apaixonante..

Beijos sonhados, roubados..
Roubados? Não!!!!!!

E mesmo assim..
se houver um Adeus,
Posso dizer que:
Mesmo assim..
Tivemos uma linda história de amor..